domingo, 15 de fevereiro de 2009

Além dos meus vinte e tantos anos


Voltei para casa sem grandes esperanças. Afinal, sete anos não são sete dias e como me haviam dito, meus vinte e tantos anos ficaram para trás assim como o desejo adolescente de encontrar um amor ideal.

Há tempos me disseram que alguém que me fizesse rir e chorar ao mesmo tempo tardaria a aparecer. Encontrar alguém significaria ter de aprender a conciliar meus defeitos e qualidades, dividir o que pra mim (antes) soaria como ‘só meu’ e ter ainda de dizer ‘eu preciso de ti’ nos momentos em que me sentisse fraca ou sozinha, coisas que até então não aconteceriam.
Definitivamente, havia cansado daquela vida vazia, livros deixados pela metade, histórias pelo meio do caminho, frases incompletas, palavras mal-encaixadas, inspirações provenientes de desamores e afins. Tinha noção de que a menininha de 7 anos atrás não saberia lidar com as atuais situações, com as desilusões, os acasos. A garota que havia dentro de mim há sete anos havia desaparecido completamente, e se antes esperava por um príncipe encantado, agora esperava por um alguém que me amasse incondicionalmente pelos seus defeitos e medos.
Anos de experiência me fizeram ver que precisava de muito mais para me sentir completa. Encontros casuais promovidos por amigos em comum ou troca de emails precisariam mexer comigo de maneira muito mais profunda do que estava habituada, eu ansiava coisas que pareciam banais aos olhos censuráveis dos outros. Foi então, que percebi que o tempo curaria minhas feridas até ali tão expostas.
O fiz. Amadureci e percebi que o tempo não iria parar para que eu me restabelecesse, mas que traria o bálsamo para que eu pudesse tratar minhas dores e encontrar o verdadeiro sentido da vida, se é que tenho poder para encontrá-lo. O tempo me fez enxergar que as coisas não acontecem como eu (em minha insignificância) anseio, mas que na ocasião certa tudo se resolve e se encaixa como engrenagens perfeitas. Hoje sei que paixões são passageiras e que amores eternos, são ideais. Talvez até utópicos. Ainda assim continuo esperando, voltei para casa sem grandes esperanças, mas com ideais fixos e planos secundários.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Te amo


...Amo quando te vejo e meu coração dispara de forma inexplicável, quando experimento teu toque ainda que distante de mim, quando sinto que cada gesto teu faz com que meu amor aumente.
...Amo quando contigo me sinto segura, protegida,quando percebo que faltam palavras que possam exprimir o que sinto, quando teus olhos me transmitem quietude, quando tua boca sussurra palavras imperceptíveis aos ouvidos.
...Amo quando me falas do teu amor, quando me olhas de forma delicada, apaixonada, desejosa, quando me dizes coisas que anseio ouvir, quando me dizes coisas que não quero, mas preciso ouvir, quando tentas entender o meu silêncio.
...Amo quando notas que preciso do teu aconchego, quando meu coração pulsa pela tua presença e tu me consolas com palavras doces, quando necessito do teu calor,quando me escutas, ainda que por vezes não diga nada.
...Amo quando tento encontrar palavras que definam o meu carinho por ti, quando fico horas esperando o momento exato de nos encontrarmos,quando em meio às adversidades encontro em ti abrigo, quando percebo que só o teu amor me satisfaz, quando não encontro versos e meu silêncio te chama.

...Amo admitir que muitas coisas passaram a ser insignificantes, quando tenho vontades que antes não tinha, quando entre muitos, só tu trazes o que preenche minhas lacunas, quando anseio estar contigo.
...Amo quando me fazes rir por coisas corriqueiras, quando por ti que minhas mãos suam, clamar por teus abraços quando me sinto sozinha, Amo quando escuto músicas que fazem com que eu lembre de ti.
...Amo quando digo coisas que temo dizer, quando vejo casais apaixonados e lembro-me do teu rostinho terno, quando me irritas e me fazes sorrir, me levando a extremos, quando nossos olhares, ainda que nunca tenham se cruzado, falam mais que palavras.
...Amo quando me elogias timidamente ou me dá conselhos. O teu amor me atrai, O teu amor me constrange, O teu amor me acalma, O teu amor me fortalece... Quero te ter a todo o momento. Preciso de ti. Quero que cuides de mim...


Te amo!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Busca incessante


Questionar acerca da utilidade da Filosofia numa era em que tudo apresenta uma explicação preconcebida e absoluta, não é das tarefas mais fáceis. Para que se chegue à determinada opinião são necessários elementos indispensáveis como dúvida, observação e, principalmente, a arte de pensar.

Chegar à conclusão de que muito do que nos é transmitido pode, e deve, ser aprimorado e aperfeiçoado, é o começo da jornada fascinante do pensamento. Desta forma, a indagação e a incerteza são imprescindíveis para que a venda nos olhos seja retirada e, posteriormente, o indivíduo comece a compreender e perceber que tudo que o rodeia é mutável. Saindo então do convencionalismo e das mesmices a que somos submetidos continuamente.

Segundo o filósofo alemão Karl Jaspers, a Filosofia é "perturbadora da paz" ("Philosophie ist störendfrieden"). Se formos parar para analisar, Jaspers caracterizou-a adequadamente. A Filosofia vem para quebrar a estagnação, a inércia em que se encontra o saber e assim, soprar a poeira que vem soçobrando o conhecimento. De tal modo, o que até certo ponto soava como verdade absoluta passa a ser obsoleto, ou seja, algo antiquado, arcaico. Mostrando que tudo é impreciso e incompleto, haja vista que deve ser discutido e modificado constante e incessantemente.


O filósofo contemporâneo diz ainda que fazer Filosofia é estar a caminho, onde muitas vezes (ou sempre) as perguntas são mais essenciais que as respostas e cada resposta transforma-se em uma nova pergunta. A partir desta última informação é válido ressaltar um exemplo retirado do livro Linguagem e Persuasão de autoria de Adílson Citelli, onde ao falar sobre discurso dominante menciona um exemplo extraído de um material da professora Ingedore Villaça que discorre sobre o que vem ser um hiper-texto e a forma como o mesmo possibilita o surgimento de inúmeros outros textos como se fossem links para novos estudos, novas discussões e funcionando significativamente na realização de outras leituras.


Logo, a ciência da dúvida é como um roteiro a ser seguido. Roteiro este que nunca chegará a um objetivo isolado, ainda que surjam novas ramificações cheias de respostas incompletas e temas para debates intermináveis.
Filosofar é isto; é pensar, observar, discutir e, acima de tudo, olhar as coisas de forma dessemelhante e aprofundada. Tentando, incansavelmente, achar a “tão procurada” verdade, ainda que encontrando vestígios de pequenas (in)certezas.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Incertezas




Tentar por meio de palavras demonstrar o que sinto, definitivamente, não é tarefa tão simples... Ainda mais quando nem mesmo consigo explicar o que me faz ir a pólos tão distintos e tão confusos. Estar triste ou feliz por determinados acontecimentos faz de mim tão comum quanto qualquer outra pessoa, entretanto, por que não consigo passar dessa fase?! Por que não consigo?! Tristeza?! Ansiedade?! Apreensão?! Frustração?!

O que dizer quando nada é capaz de consolar um coração que sofre por algo, ou alguém??? Por vezes sentimos dores em lugares do corpo que mal sabíamos que existiam, outras horas sentimos alegria capaz de contagiar a todos que convivem conosco. Ainda que cercada por tantas outras pessoas, é doída a sensação de solidão... É triste olhar para os lados e admitir que SIM... ESTOU SOZINHA!!!

Por mais que você tenha perto de você pessoas com que possa contar... Por mais que elas lhe ofereçam um ombro amigo em que possa chorar e afundar suas mágoas... Por mais que todas te escutem... Você está sozinho. Por vezes abomino meus momentos de solidão, todavia, são nesses momentos em mais me inspiro, mais percebo o quanto tenho em mim opiniões e valores que antes desconhecia...

Percebo que quando estou sozinha tenho a capacidade de organizar pensamentos e coisas que julgava certas... Erradas... Ou simplesmente insignificantes quanto aos meus valores, ‘achismos’ e afins. Assim, prefiro a certeza de minha solidão à incerteza dos acasos da vida. Ainda que eu deteste estar sozinha, acho que estes momentos acabam por lapidar meu caráter, o cerne de minha existência eu diria. Mesmo que tal afirmação me remeta ao trecho da música de Tom Jobim (Wave), “... É impossível ser feliz sozinho…”.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Polícia, escândalos e impunidade

Numa época em que muito se fala em aquecimento global, crise aérea, corrupção, entre tantos assuntos não menos importantes, um tema vem sendo pouco discutido: o tráfico de informação e a conseqüente participação de membros da corporação policial em escândalos. O fato de que o policiamento brasileiro não vem desempenhando de maneira adequada seu papel, é um dado preocupante.

Tomando-se por base seu significado literal, o termo "polícia" representa a corporação policial incumbida em manter a ordem e a segurança pública, através de um conjunto de leis e disposições. Todavia, atualmente a população esta segura?!

É comum nos dias de hoje, ver que por tão pouco, policiais entregam a traficantes, dentre outros criminosos, informações sobre operações sigilosas, facilitam a fuga de presos, tornam acessível a compra de aparelhos celulares, drogas e afins, sendo assim válvula de escape para o narcotráfico que cresce a cada dia em morros e favelas, estreitando relações (até então improváveis) e dando o famoso "jeitinho brasileiro".

Ainda, a criminalidade adquire vida própria, enquanto pessoas que trabalham incansavelmente para manter o sustento familiar permanecem enjauladas em suas residências - que mais parecem prisões - a espera de políticas públicas, ou seja, diretrizes que visem solucionar problemas ligados à sociedade como um todo, que lhes respaldem a ponto de garantir-lhes segurança e proteção suficiente para se viver. Já os presídios - que mais parecem depósitos de pessoas - estão cheios de mecanismos e pontes que mantém ligação íntima e incessante com a criminalidade.

Qual a solução (paliativa)!??!?! Uma reciclagem, para que o joio seja extraído e apenas o trigo vingue. Deve-se voltar à prática das primeiras obras, onde a população era posta em primazia; e o respeito, a credibilidade e a confiança venham ser características inerentes a este setor tão importante para o bom andamento de uma nação, e não apenas uma realidade utópica. Desta maneira, perdurará o firmamento entre os serviços prestados e o contentamento coletivo, ainda que por meio de uma medida banal, porém desesperada de um país que clama por justiça.